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  • Foto do escritorBruno Lago

Crítica: Liga da Justiça de Zack Snyder


Antes de falarmos do filme em si, é importante falarmos sobre o motivo de ele existir.


Zack Snyder havia dirigido os dois primeiros filmes do Universo DC: Homem de Aço e Batman vs Superman. Por isso mesmo foi escolhido para dirigir Liga da Justiça que saiu em 2017.


O estilo que Snyder trazia para os filmes da DC era um tom sombrio, completamente diferente do jeito brincalhão da Marvel. Como os filmes da concorrente estavam sempre entre as maiores bilheterias, os empresários da Warner chegaram a conclusão de que esses filmes precisavam ser mais divertidos.


Durante as gravações de Liga da Justiça, a filha do Snyder tirou a própria vida e os empresários enxergaram isso como uma oportunidade para retirá-lo da direção e fazer a marvelização do filme. Contrataram Joss Whedon que dirigiu os dois primeiros filmes dos Vingadores para ficar no lugar. Ou seja, Snyder perdeu a filha e o emprego de uma só vez.


Mais da metade do filme foi refeito por Whedon. O que fez o filme ser feito na correria, já que também não queriam adiar, sendo que poucas semanas antes do filme ir para o cinema ainda estavam fazendo os efeitos especiais.


Logo que o filme saiu, os fãs começaram a questionar o Snyder se ele chegou a terminar a versão dele e ele dava indícios de que ele havia gravado quase toda a história. Assim, os fãs começaram a subir no Twitter a hashtag #ReleaseTheSnyderCut


O próprio Snyder começou a compartilhar a hashtag com fotos de rolos onde estaria o seu corte. Os próprios atores começaram a compartilhar também, fazendo com que muitas vezes ela chegasse aos trending topics. Quando a AT&T que é dona tanto da Warner quanto da HBO decidiu lançar o streaming que juntasse os conteúdos de suas propriedades, decidiu que esse seria seu carro-chefe e ofereceu 70 milhões para Snyder terminar o filme, concluir os efeitos especiais e regravar qualquer cena que fosse necessária.


Todo que esse contexto falado acima já tornaria o filme um marco no cinema de super-herói, tanto por ser um filme que existe por causa de um movimento nas redes sociais como por ser o primeiro filme desse tipo totalmente autoral sem ninguém além dele mexendo no filme.


Quanto ao filme em sim, o plot é basicamente o mesmo do filme que foi para o cinema porém a execução é completamente diferente. Traz muito mais profundidade para os personagens principais, em especial o Ciborgue que na versão do cinema praticamente não aparecia e nessa versão a gente vê que ele é o personagem mais importante para a trama. (coincidência ou não se trata justamente do protagonista negro da equipe)


O universo em si também é melhor construído, trazendo mais da cultura atlante e das amazonas. Os vilões também ganharam mais destaque, o Lobo da Estepe ganhou uma aparência mais alienígena ao invés de ser simplesmente uma armadura estranha. Também conhecemos outros membros de Apokolips como o Darkseid que já deixa claro que ele será o próximo vilão caso haja uma sequência.


Ele traz um tom mais épico que em uma cena me remeteu a batalha contra Sauron no Senhor dos Anéis. Em outro momento lembra muito o que ele fez em Watchmen.


Algo que pode afastar algumas pessoas é o seu tempo de duração. Diferente das tradicionais duas horas que é o comum em Hollywood, Snyder dobrou a meta e trouxe quatro horas. O filme é dividido em capítulos, então você pode também assistir como se fosse uma série e tratar cada capítulo como um episódio.


Outra coisa que também pode afastar é que ele traz muitas referências ao universo DC tanto nos quadrinhos como aos filmes anteriores como Batman vs Superman e Esquadrão Suicida. Inclusive este foi outro filme que sofreu na mão dos marvelizadores da Warner que queriam transformar o que provavelmente seria o filme mais sombrio por ser focado em super-vilões no seu próprio Guardiões da Galáxia e acabou sendo tão remexido que terminou não tendo identidade nenhuma. O que fez com algumas pessoas também decidissem lançar o movimento #ReleaseTheAyerCut que provavelmente deve ganhar mais força com sucesso desse filme.


Como falado, esse é o filme do Snyder. Do jeito que ele queria, com as características que ele gosta de colocar em seus filmes como câmera lentas e aquelas imagens saturadas que ficaram famosas por causa de 300. Quando entram os créditos do filme fica claro qual era o maior motivo para ele concluir o filme já que as primeira palavras que aparecem são uma dedicação a filha dele enquanto toca a música Aleluia que ele já disse em entrevistas que era a música favorita dela.



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